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Bebês, noites mal dormidas e a glândula suprarrenal: qual a relação?



Quando meu primeiro filho nasceu, eu achei que iria literalmente morrer de sono! Até o quinto ou sexto mês, não me lembro ao certo; não houve uma noite completa de sono. Já com o meu segundo filho, as coisas caminharam mais facilmente. Não atribuo isto ao meu comportamento ou ao comportamento do meu marido; mas simplesmente ao fato de que o Arthur parecia ter mais facilidade em dormir do que o Bernardo. Notamos que desde muito cedo o Arthur possuía um ritmo biológico bem mais organizado. Com o Bernardo tentamos seguir ao máximo uma rotina para facilitar e orientar seu ritmo biológico, mas tudo era muito mais difícil, aliado claro, ao fato de ser o primeiro filho. Mas certa vez minha cunhada, comentou algo sobre a glândula suprarrenal não estar "amadurecida" ainda, e que isso poderia influenciar bastante no sono da criança. Como ela é fisioterapeuta, portanto da área da saúde, isto não passou desapercebido por mim e pensei que realmente teria que esperar o tempo, o sábio dos sábios, resolver tudo! Mas agora que meus filhos já dormem a noite toda me solidarizei com as mães que estão passando pela mesma fase que passei. Ontem, uma destas mães escreveu em um grupo de mães do facebook sobre as cinco ou seis vezes que seu bebê acorda na madrugada. Por isso resolvi procurar artigos científicos que explicassem melhor a relação da glândula suprarrenal com tudo isso. Na verdade é fantástico estudar sobre isso, pois os corticóides e os hormônios produzidos nas suprarrenais são substâncias altamente relacionadas com estresse, emoções e com o desenvolvimento infantil. O cliclo circadiano (dia e noite) está diretamente relacionado com os níveis de cortisol e exercem efeitos importantes sobre o metabolismo . Na verdade a avaliação da glândula suprarrenal implica na avaliação muito mais complexa do Eixo Hipotálamo-Hipofásico-Suprarrenal, um dos sistemas neuroendrócrinos mais importantes para a resposta fisiológica ao estresse. Em um interessante artigo e bem completo sobre este assunto, encontrei a seguinte explicação: " Na formação (boa ou não) da personalidade, os primeiros meses de vida são de importância vital, principalmente quando consideramos a formação do Temperamento e a qualidade do Apego. A psiquiatria biológica desenvolve interessantes trabalhos que relacionam o desenvolvimento do temperamento com a função do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal, que é o principal representante biológico dos mecanismos de adaptação" (http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=42). Leiam este artigo. É longo mas bem ao final mostra estudos muito interessantes sobre a relação e importância do Eixo Hipotálamo-Hipofisário-Suprarrenal na atividade infantil. E mais interessante ainda é um estudo sobre A Teoria do Apego (John Bowlby) que vai revelar claramente que o temperamento da mãe pode elevar os níveis de cortisol nos bebês, o que altera o seu comportamento! Obviamente estou sendo bem simplista na tentativa de resumir ao máximo as informações. Por isso, pretendo transmitir o desejo de irem mais à fundo no assunto fascinate do mundo biológico aliado ás questões psico-sociais.


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